terça-feira, 19 de abril de 2011

Novas provas






A cada dia temos que aprender e errar...
A cada noite, chorar e sonhar...
A cada existência, caminhar...

Hoje vou relatar minha vida como escrava, tive a sorte de ter um senhor de escravos muito bom, que também reencontrei nessa vida atual, teve seu destaque em meu coração...

Como de costume, a terapeuta me disse para relaxar... Depois de atravessar a porta de uma casa a beira de um riacho e ver minha avó materna dessa existência na varanda dessa casa, ela me indicou que subisse uma escada, subi, 1, 2, 3...10 degraus e cheguei a um corredor com várias portas, abri uma delas e como se abrisse uma janela e pulasse para fora, corri num pasto muito verde, o céu começava a escurecer, vinha uma tempestade muito grande, antes eu tinha que terminar de lavar as roupas do meu senhor naquela água transparente, batia a roupa na pedra e via meu reflexo, negra, cabelo pichaim bem curto, ombros de fora, pé no chão, roupa de juta e algodão. Podia sentir a aspereza dessa roupa e o calor escaldante do sol...
Depois, na casa grande, correndo de lá prá cá fechando as janelas e venezianas, pois a tempestade vinha varrendo as plantações e quase arrancando as cortinas brancas e esvoaçantes .
Meu senhor veio até mim e me abraçou, muito cansado, sentou no banco pesadamente, respirando com muita dificuldade e me disse para tirar suas botas, me afagou os cabelos curtos, ele de longas e brancas barbas, olhos claros, semblante de homem bom!
Me pediu que pegasse uma ânfora de dentro de um baú entalhado, peguei e sentei aos seus pés com o jarro de barro com tampa de cortiça, estava pesado, me disse para abrir. Estava cheio de dinheiro, alguns mil réis entre moedas e cédulas. Me disse que era tudo meu e uma folha de papel feita a mão, como que reciclada, escrita de uma maneira tremida, com tinta preta e uma assinatura, eu sabia ler muito mal, mas reconheci ser dele. Era minha carta de alforria.
O meu senhor tão querido, meu protetor e amor estava morrendo e foi nos meus braços que deu o último suspiro!
Me vi então em outro casarão, rodeada de crianças e idosos, todos negros e escravos libertos, estávamos fazendo cestos de palha, trançando, eu cuidava de todos eles e um menino de uns 8 anos, mulato de olhos verdes, meu filho e de meu senhor já falecido, me ajudava...

Um comentário:

  1. Fran Pacheco e Caroline Natalie Stroparo curtiram isso..
    Caroline Natalie Stroparo Adorei o blog Mary!
    terça às 22:20 · CurtirCurtir (desfazer).Fran Pacheco ai q saudade de ouvir vc cantando essa musica lindaaaa!

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