Sonhei, eu deitada no teu colo, numa planície calma, relva macia, céu azul, vendo em que se formavam as nuvens. Calma, paz, amor no ar...
As nuvens foram se juntando, escurecendo,se fecharam e o temporal caiu de repente, encharcando nossos corpos. Não tínhamos para onde correr, então nos abraçamos e nos deixamos lavar, corpo e alma...
Animaizinhos silvestres corriam para se esconder da chuvarada e nós unidos, ali, em beijos apaixonados, os corpos ficando quentes, nem se dando conta das gotas geladas...
Acordei e tentando racionalizar o sonho, achei mesmo muito sintomático, o que a gente busca junto, a paz, o amor, a união. O que a gente tem, uma tempestade se formando sobre nossas cabeças e ainda não temos para onde correr...
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
Viver em dois mundos...
Tão bom viver em duas dimensões, ver os dois lados de tudo, sacar algo mais e aprender também duplamente, trabalhando acordados e dormindo. Difícil também, pois os outros não nos entendem e sofremos pré-conceitos e retalhações eternos...
Algum motivo maior sabemos que tem, por isso só nos resta aceitar nossa condição, sem títulos ou restrições.
As vezes pesa um pouco o choque de realidades tão diferentes, do lado de cá, tudo urgente, tantas máscaras e convenções, já no de lá, cara limpa, espírito solto, mas muito por fazer também como do lado de cá. São dois pesos da balança, hora pendendo para um lado, hora para outro e acaba que não controlamos direito e as vezes até ficamos confusos com que decisões tomar aqui e lá...
Quando aqui me sinto só, basta fechar os olhos cansados de chorar e adormecer e lá estão outros olhos a me olhar e realmente enxergar o que se passa por dentro, me acolhe o abraço afim, seguimos juntos e realizamos. Retorno mais leve e certa de que foi feito algo, com a sensação de dever cumprido e reenergizada para continuar mais um pouco do lado de cá, muitas vezes sem saber ao certo que destino vai ter a minha caminhada, mas certa de que tenho que ir e que vou chegar...
Algum motivo maior sabemos que tem, por isso só nos resta aceitar nossa condição, sem títulos ou restrições.
As vezes pesa um pouco o choque de realidades tão diferentes, do lado de cá, tudo urgente, tantas máscaras e convenções, já no de lá, cara limpa, espírito solto, mas muito por fazer também como do lado de cá. São dois pesos da balança, hora pendendo para um lado, hora para outro e acaba que não controlamos direito e as vezes até ficamos confusos com que decisões tomar aqui e lá...
Quando aqui me sinto só, basta fechar os olhos cansados de chorar e adormecer e lá estão outros olhos a me olhar e realmente enxergar o que se passa por dentro, me acolhe o abraço afim, seguimos juntos e realizamos. Retorno mais leve e certa de que foi feito algo, com a sensação de dever cumprido e reenergizada para continuar mais um pouco do lado de cá, muitas vezes sem saber ao certo que destino vai ter a minha caminhada, mas certa de que tenho que ir e que vou chegar...
sábado, 30 de junho de 2012
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Sonhei...
Uma choupana de madeira, com varanda de tora e um caramanchão de glicínias lilases. Uma treliça ao lado, com parreiras carregadas.
Já estive lá outras vezes, em outros sonhos e na sala da casa uma cadeira de balanço rústica, com um cão perdigueiro marrom, descansando. Um corredor de tábuas largas, com várias portas, em frente a uma delas, um par de botas de couro, com esporas. Abro essa porta, com uma bandeja de madeira, com flores pintadas a mão, bule branco com café, xícaras, pão de casa, biscoitos de maisena em forma de bicho, uma fatia grossa de queijo, um cacho suculento de uvas frescas, chego a sentir o cheiro do café e do pão. Coloco a bandeja sobre um criado mudo, onde já tinha um vaso com flores amarelas e um jarro de barro com água e um copo no gargalo.
Abro as pesadas cortinas de juta com pássaros pintados na barra, abro as janelas de venezianas de madeira crua e os raios de sol entram, iluminando o quarto. No espelho do guarda-roupas entalhado, me vejo, de sandálias de couro, vestido florido, decote generoso, carnes generosas, avental de algodão cru, branquíssimo. Tenho os cabelos longos, cacheados e bem loiros, com uma fita amarrando frouxa. Devo ter vinte anos.
Vejo um corpo nu, deitado gostosamente nas cama de lençóis brancos que se contrastam com o corpo bronzeado de sol, músculos firmes, chego perto para acordá-lo, se vira e me agarra, derrubando na cama, é você, são seus olhos. Rolamos na cama, entre beijos e gargalhadas, teus cabelos também eram longos, mas negros, barba cerrada, que até me roça as costas, os olhos verde oliva, mãos fortes e ásperas de quem trabalha.
Ficamos ali, entre chamegos, tomando nosso café da manhã.
O galo canta e acordo com o gosto doce das uvas na boca e dos teus beijos!
Ah, pena, estou só no meu quarto gelado, sem flores, nem uvas, sem você...
Uma choupana de madeira, com varanda de tora e um caramanchão de glicínias lilases. Uma treliça ao lado, com parreiras carregadas.
Já estive lá outras vezes, em outros sonhos e na sala da casa uma cadeira de balanço rústica, com um cão perdigueiro marrom, descansando. Um corredor de tábuas largas, com várias portas, em frente a uma delas, um par de botas de couro, com esporas. Abro essa porta, com uma bandeja de madeira, com flores pintadas a mão, bule branco com café, xícaras, pão de casa, biscoitos de maisena em forma de bicho, uma fatia grossa de queijo, um cacho suculento de uvas frescas, chego a sentir o cheiro do café e do pão. Coloco a bandeja sobre um criado mudo, onde já tinha um vaso com flores amarelas e um jarro de barro com água e um copo no gargalo.
Abro as pesadas cortinas de juta com pássaros pintados na barra, abro as janelas de venezianas de madeira crua e os raios de sol entram, iluminando o quarto. No espelho do guarda-roupas entalhado, me vejo, de sandálias de couro, vestido florido, decote generoso, carnes generosas, avental de algodão cru, branquíssimo. Tenho os cabelos longos, cacheados e bem loiros, com uma fita amarrando frouxa. Devo ter vinte anos.
Vejo um corpo nu, deitado gostosamente nas cama de lençóis brancos que se contrastam com o corpo bronzeado de sol, músculos firmes, chego perto para acordá-lo, se vira e me agarra, derrubando na cama, é você, são seus olhos. Rolamos na cama, entre beijos e gargalhadas, teus cabelos também eram longos, mas negros, barba cerrada, que até me roça as costas, os olhos verde oliva, mãos fortes e ásperas de quem trabalha.
Ficamos ali, entre chamegos, tomando nosso café da manhã.
O galo canta e acordo com o gosto doce das uvas na boca e dos teus beijos!
segunda-feira, 11 de junho de 2012
E para o dia dos namorados, embora mais uma convenção, vale fugir do consumismo financeiro e consumir o amor...
O tronco da minha árvore nua, enxarcado ainda pela chuva, está agora iluminado pelos raios de sol,que conseguiram transpassar alguma nuvem espessa do céu.
Aos poucos a paisagem vai ganhando colorido. As casas com suas cores diversas, o verde mais vivo do meu jardim.
Meus olhos azuis enxergando os brilhos e procurando, desde cedo o mel dos teus...
Como dizia o poeta Vinícius e continua dizendo, já que ele é eterno:
" Das ramadas escorriam gotas que não haviam e na rua ignorada, anjos brincavam de roda. Ninguém sabia, mas nós estávamos ali..."
E eu diria ainda, que mesmo que algumas gotas teimem em escorrer das nuvens densas e venham a descolorir novamente a paisagem, mesmo assim, dentro de mim, ainda haverá sol, porque você está lá e o que sinto ao te lembrar é capaz de formar um arco-íris...
O tronco da minha árvore nua, enxarcado ainda pela chuva, está agora iluminado pelos raios de sol,que conseguiram transpassar alguma nuvem espessa do céu.
Aos poucos a paisagem vai ganhando colorido. As casas com suas cores diversas, o verde mais vivo do meu jardim.
Meus olhos azuis enxergando os brilhos e procurando, desde cedo o mel dos teus...
Como dizia o poeta Vinícius e continua dizendo, já que ele é eterno:
" Das ramadas escorriam gotas que não haviam e na rua ignorada, anjos brincavam de roda. Ninguém sabia, mas nós estávamos ali..."
E eu diria ainda, que mesmo que algumas gotas teimem em escorrer das nuvens densas e venham a descolorir novamente a paisagem, mesmo assim, dentro de mim, ainda haverá sol, porque você está lá e o que sinto ao te lembrar é capaz de formar um arco-íris...
sexta-feira, 25 de maio de 2012
O meu amor...
Sonho acordada, com um amor de verdade. Desses que se tira de Romance, mas no dia a dia é real. É feito de detalhes, de retalhos,de carinhos...
Também de companheirismo e lealdade.
O meu amor é puro e louco.
É emoção, rotina, vida a dois.
É feito de caminhar junto,
De erotismo pouco,
Mas de se fundir muito.
Esse meu amor é de silêncio respeitoso pela dor do outro.
É todo cuidados,
Poema rouco,
Sorrisos safados...
E é com esse amor que quero chegar ao fim.
De mãos dadas em frente a fogueira.
De pés descalços nas folhas secas.
De cheiro de mato, de riacho, estradeira.
Depois do vinho quente, beijos ainda apaixonados e os corpos cansados, pesando na rede macia...
E que o fim seja sutil, apenas mudança de corpos...
Que os risos alegres, na beira do rio, transcendam e voltem, unidos nas outras vidas, para serem vividas sempre a dois...
Sonho acordada, com um amor de verdade. Desses que se tira de Romance, mas no dia a dia é real. É feito de detalhes, de retalhos,de carinhos...
Também de companheirismo e lealdade.
O meu amor é puro e louco.
É emoção, rotina, vida a dois.
É feito de caminhar junto,
De erotismo pouco,
Mas de se fundir muito.
Esse meu amor é de silêncio respeitoso pela dor do outro.
É todo cuidados,
Poema rouco,
Sorrisos safados...
E é com esse amor que quero chegar ao fim.
De mãos dadas em frente a fogueira.
De pés descalços nas folhas secas.
De cheiro de mato, de riacho, estradeira.
Depois do vinho quente, beijos ainda apaixonados e os corpos cansados, pesando na rede macia...
E que o fim seja sutil, apenas mudança de corpos...
Que os risos alegres, na beira do rio, transcendam e voltem, unidos nas outras vidas, para serem vividas sempre a dois...
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Sinto-me saturada, como uma solução química, com muitos componentes, precisando de um escape,
Uma explosão ou um escoamento, escoar, transbordar...
Como a xícara lotada até a boca de líquido quente e espumante...
Como um balão repleto de ar que precisa estourar ou furar...
Como a gestante perante o parto...
Como o rio na cheia,
Como a comporta no aguaceiro...
Preciso urgentemente dar vazão.
Antigamente quando me sentia assim, coreografava ou escrevia um roteiro,
Uma música e então me esvaziava...
Recomeçava um novo ciclo, uma vida renovada.
Deve ser como reencarnar...
Mas hoje tenho marcas, partes do meu ser de carne, extirpadas, mágoas maculando o perispírito.
Tenho ainda que depurar, regenerar, eu sei,
Mas pergunto, por onde consigo escapar?...
Uma explosão ou um escoamento, escoar, transbordar...
Como a xícara lotada até a boca de líquido quente e espumante...
Como um balão repleto de ar que precisa estourar ou furar...
Como a gestante perante o parto...
Como o rio na cheia,
Como a comporta no aguaceiro...
Preciso urgentemente dar vazão.
Antigamente quando me sentia assim, coreografava ou escrevia um roteiro,
Uma música e então me esvaziava...
Recomeçava um novo ciclo, uma vida renovada.
Deve ser como reencarnar...
Mas hoje tenho marcas, partes do meu ser de carne, extirpadas, mágoas maculando o perispírito.
Tenho ainda que depurar, regenerar, eu sei,
Mas pergunto, por onde consigo escapar?...
sábado, 28 de abril de 2012
Madrugada, ventania, o sono foi dar uma volta...
Resolvi por prá fora as idéias, quem sabe prá onde, mas tirar de dentro, fazer existir, tomar forma...
Sou mesmo alguém sempre prestes a explodir, tentando me aderir.
Louca? Com certeza, porém uma loucura mansa, positiva, leve, como pluma, muito leve, leve e pousa...
Meses sem escrever, me sentindo vazia, ou cheia, não sei ao certo, sei que enfim, consigo me expressar de novo, me sentindo mais leve, porque é muito ruim se sentir lotada de mágoas e que elas tomam o espaço da sua inspiração.
Mais uma vez consegui e o que tenho a dizer é que "se eles querem meu sangue, terão o meu sangue só no fim..."
Eis que a bruma começa a se desfazer e começo a enxergar novamente minhas mãos e pés e sei que estou indo para o lugar certo e com as vestes certas...
Resolvi por prá fora as idéias, quem sabe prá onde, mas tirar de dentro, fazer existir, tomar forma...
Sou mesmo alguém sempre prestes a explodir, tentando me aderir.
Louca? Com certeza, porém uma loucura mansa, positiva, leve, como pluma, muito leve, leve e pousa...
Meses sem escrever, me sentindo vazia, ou cheia, não sei ao certo, sei que enfim, consigo me expressar de novo, me sentindo mais leve, porque é muito ruim se sentir lotada de mágoas e que elas tomam o espaço da sua inspiração.
Mais uma vez consegui e o que tenho a dizer é que "se eles querem meu sangue, terão o meu sangue só no fim..."
Eis que a bruma começa a se desfazer e começo a enxergar novamente minhas mãos e pés e sei que estou indo para o lugar certo e com as vestes certas...
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Lindo lugar verde...
Ctba, 18/02/2012
Estou sentada num pedaço de verde maravilhoso:
Em frente floresta tropical, uma estrada, casa branca linda, lá adiante, a chaminé começa a fumegar, fim de tarde...
No som Cacia Heller, " de volta prá casa"...
O céu triazul, cheiro de flor no ar...
À minha direita duas montanhas com sol e uma névoa encobrindo o cume, árvores precisamente enfileiradas e rochas...
À esquerda um canteiro de lírios do banhado, brancos como que tingidos assim e dezenas de beija-flores, feito helicópteros miúdos voejando por ali...
Andamos um pouco e banhamos os pés nas águas geladas da pequena cascata entre as pedras, cheiro e barulho de cascata...
Contrastando ao longe, duas antenas altas e caminhões passando e um bando de pássaros rasgam o ar e o quase-silêncio do lugar...
É lindo e só penso em agradecer...
Por estar viva, por ter mais essa oportunidade, por ouvir, por ver, falar e sentir...
Mary Trezub
Assinar:
Postagens (Atom)